Segunda-feira
Naquele tempo, Jesus
ensinava a multidão, dizendo: «Acautelai-vos dos escribas, que gostam de exibir
longas vestes, de receber cumprimentos nas praças,
A chamada de atenção de Jesus para todos aqueles que gostam
de viver de aparências, por vezes querendo aparentar aquilo que estão longe de
ser…
Meditação:
É engraçado que nos dias de hoje, ao lermos esta pequena
passagem, conseguimos entender perfeitamente a mensagem que nela está
implícita, e até achamos que são umas palavras muito sábias, muito bonitas e
cheias de razão…
Todos nós conhecemos alguém – familiar, amigo, vizinho,
colega, etc. – que gosta de viver de aparências, que gosta de “se fazer” mais
do aquilo que é, que gosta de ostentar bens luxuosos, como jóias e roupa de
marca, para que os outros fiquem pasmados com a sua aparência.
Mas… se pensarmos bem… por vezes não seremos nós também
assim? Não tentaremos aparentar muitas vezes aquilo que não somos?
Não faremos nós certas acções apenas por querermos que os
outros nos “aplaudam” e nos elogiem?
Não tentamos nós compensar com bens materiais a falta de
atenção que temos para com os nossos filhos?
Então com quem devemos ter cuidados? Com os “escribas”? Com
os outros? Ou devemos ter cuidados com nós mesmos???
Oração:
Peço-Te perdão Senhor por todas as vezes em que tentei
parecer o que não sou e por todas as ocasiões em que me senti envaidecido por
expor, perante os outros, os meus bens materiais.
Ajuda-me a não gostar tanto das “coisas” e a gostar mais das
pessoas.
Acção:
Não vou ser como os escribas, que tudo faziam para ser
elogiados e aplaudidos. Vou praticar o bem sem estar à espera que me elogiem ou
que me mimem.
Terça-feira
de ocupar os primeiros
assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes. Devoram as casas
das viúvas, com pretexto de fazerem longas rezas. Estes receberão uma sentença
mais severa».
Meditação:
Estes escribas de que a Palavra fala são os exploradores, os
avarentos, aqueles que não olham a meios para atingirem os seus fins. Vivem das
aparências e são gente sem escrúpulos, que não hesitam em enganar os mais
fracos (aqui representados pelas viúvas), tudo fazem para enganar o próximo em
seu próprio proveito.
Naturalmente que Deus está atento e não perdoará tal
atitude.
Oração:
Senhor, eu creio na Pai, no Filho e no Espírito Santo.
A Vós peço, com toda a minha fé, que me conserveis uma
pessoa simples.
Acção:
Vou dizer em oração “Senhor, eu creio em Vós, mas aumentai a
minha fé”.
Quarta-feira
Jesus sentou-Se em frente
da arca do tesouro a observar como a multidão deitava o dinheiro na caixa.
Muitos ricos deitavam quantias avultadas.
Meditação:
Para meditarmos sobre esta
passagem do Evangelho, para o dia de hoje, talvez seja importante conhecermos a
definição do verbo observar.
De acordo com o Dicionário de Língua
Portuguesa, observar tem como
definição: olhar com atenção para; examinar; reparar em, notar; fazer ver,
fazer notar; advertir.
Através da observação Jesus notou
que as quantias avultadas eram dos muitos ricos.
Estes “muitos ricos” possivelmente
são indivíduos que têm abundância de bens, possuem coisas de valor.
Aos olhos de Jesus, será que
estes indivíduos são assim tão ricos?
Nem sempre a riqueza é sinónimo
de generosidade. Há até quem diga, que quanto mais os ricos têm, mais querem.
Para Jesus, a riqueza não está na
ostentação, na exibição vaidosa, na quantidade de bens, mas sim na pureza do
coração, na generosidade.
Oração:
Jesus perdoa-me por todas as
vezes que eu partilhei algo com a intenção de fazer-me ver e fazer-me notar aos olhos dos outros.
Acção:
Durante o dia de hoje, disponibilizar tempo na oração com
Jesus.
Quinta-feira
Veio uma pobre viúva e
deitou duas pequenas moedas, isto é, um quadrante.
A generosidade de quem pouco ou nada tem, patente no gesto
desta viúva, deixa Jesus impressionado…
Meditação:
É muito fácil repartirmos com os nossos semelhantes os bens
que temos… desde que esses bens sobejem na nossa casa ou na nossa vida.
O que nos custa a nós darmos a um vizinho um saco de maçãs
se a nossa macieira está carregada na horta?
Não nos custa nada dar a um familiar um balde cheio de
peixe… a pescaria até nos correu bem e apanhamos peixe “para dar e vender”…
Agora dar do pouco que se tem, abdicar do que é importante
para nós para dar aos outros… aí é que dói e não nos deixa nada confortáveis.
Era muito fácil esta mulher ter passado em frente à arca do
tesouro e nada ter dado, bastava-lhe argumentar que era viúva – só isso era um motivo
mais do que válido, pois naquele tempo eram os homens o sustento da casa. Sendo
esta mulher viúva era perfeitamente normal que passasse por dificuldades
económicas.
Mas a pobre viúva não pensou na sua “magra carteira, não
pensou nas suas dificuldades económicas e nem sequer pensou nela – pensou
apenas em Deus e deu-Lhe o que achava que Ele merecia, ou seja, tudo o que
tinha… não é fácil dar o que nos faz falta, mas esta viúva cheia de fé deu, sem
hesitar…
Oração:
Meu Deus, ajuda-me a ser como a pobre viúva, livre de
pensamentos materialistas, e faz com que eu seja capaz de dar sem hesitar, pois
ao dar-Te tudo o que tenho ficarei com uma certeza: quem muito dá muito mais
receberá…
Acção:
A semana está prestes a terminar… vou reflectir nas minhas
atitudes dos últimos dias e pedir perdão a Deus por todas as vezes em que
pensei mais em mim do que nos outros…
Sexta-feira
Jesus chamou os discípulos
e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa mais do
que todos os outros.
Meditação:
Dar o que nos sobra não é nada de extraordinário, mas dar o
pouco que temos é partilha.
Quem dá aos pobres empresta a Deus, e há sempre quem precise
mais do que nós, tanto em haveres, como em amizade, em carinho e atenção.
Oração:
Senhor, faz do meu coração uma arca de bondade. Faz, Bom
Pai, que eu seja sempre um ser humano atento ao que me rodeia, para que possa
ser útil ao meu próximo.
Acção:
O mundo está necessitado de oração. Vou rezar ao Pai a
oração que Ele nos ensinou.
Sábado
Eles deitaram do que lhes
sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía
para viver».
Meditação:
Esta frase do Evangelho de S.
Marcos, para o dia de hoje, mostra-nos um grande contraste social: eles
deitaram do que lhes sobrava e ela ofereceu tudo o que possuía para viver.
Há aqui uma diferença profunda
entre as pessoas, que na sociedade dos dias de hoje, infelizmente, ainda se
verifica.
Existem pessoas que só partilham
com os outros o que lhes sobra, enquanto outras dão do pouco que dispõem.
Possivelmente, aos olhos de Deus
também demonstram uma enorme diferença: as pobres e as ricas de coração.
Deus deu tudo o que tinha para
nos salvar: entregou a Sua vida, e muitas das vezes esquecemo-nos o que Ele fez
por nós.
Agarrámo-nos aos bens materiais,
ocupamo-nos com coisas supérfluas, enquanto que o ideal seria partilharmos o
que possuímos, como por exemplo: o nosso tempo a visitar um doente, um amigo e
levar-lhe algo, não o que nos sobra, mas o que nos faz falta e que, porém,
através da generosidade, chega para dividir.
Oração:
Rezar um Pai-Nosso por aqueles que não partilham.
Acção:
Visitar um doente, um amigo.